Nas indústrias químicas, petroquímicas, farmacêuticas e alimentícias é comum ter substâncias inflamáveis e qualquer faísca pode representar riscos graves de incêndios e explosões. Por isso, entender a definição das áreas classificadas é essencial para garantir a segurança de trabalhadores, instalações e processos.
O que define áreas classificadas em ambientes industriais?
As áreas classificadas são regiões onde existe a possibilidade da formação de atmosferas explosivas. Essa característica pode acontecer devido à presença de gases, vapores, névoas inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Além de identificar as áreas classificadas na sua empresa, é importante saber categorizá-las corretamente, porque a classificação de áreas sujeitas à explosão desempenha um papel essencial no planejamento e nas aquisições necessárias para operações seguras.
Conforme estabelecido pela Norma ABNT NBR IEC 60079, as áreas classificadas são divididas em três grupos, considerando a presença de substâncias inflamáveis ou combustíveis no local da instalação.
Locais com presença de substâncias inflamáveis em condições normais
Em determinadas operações industriais, o uso de substâncias inflamáveis faz parte do processo produtivo. Nesse contexto, estão inclusos os tanques de armazenamento de combustíveis, reatores químicos, linhas de enchimento de solventes, entre outros, são exemplos de locais onde esses materiais estão presentes constantemente ou com alta frequência. Por isso, esses ambientes já são considerados uma área classificada, mesmo durante o funcionamento normal da planta.
Dessa forma, para evitar faíscas, se torna necessário usar equipamentos à prova de explosão, conhecidos como dispositivos EX, os quais são intrinsecamente seguros.
Ambientes com risco de explosão requerem sinalização e controle
Toda área com risco de formação de atmosfera explosiva deve ser sinalizada de forma clara e visível. Além da sinalização, é necessário implementar medidas de controle, como ventilação adequada, controle de fontes de ignição e delimitação física do espaço.
A falta de sinalização pode levar trabalhadores a utilizar ferramentas inadequadas ou realizar operações de forma insegura. Dessa maneira, o controle rigoroso dessas áreas é obrigatório por normas técnicas e indispensável para evitar acidentes graves e proteger o patrimônio da empresa.
Critérios técnicos usados na definição de zonas EX
A identificação de uma área classificada não é feita de forma subjetiva. Ela segue critérios técnicos estabelecidos por normas nacionais e internacionais que analisam fatores como a frequência da liberação de substâncias inflamáveis e o tempo de permanência dessas substâncias no ar.
Classificação baseada em frequência e duração da atmosfera explosiva
A classificação baseada em frequência e duração da atmosfera explosiva divide as áreas classificadas em zonas, que indicam o grau de risco conforme a frequência e duração da presença da atmosfera explosiva.
Na Zona 0, há uma presença contínua ou por longos períodos de uma atmosfera explosiva. A Zona 1 é caracterizada por uma presença provável em condições normais de operação. Já na Zona 2, a presença é improvável em condições normais e, se ocorrer, é por curto tempo.
Portanto, essa classificação permite que as empresas definam o tipo de proteção necessário, os equipamentos que podem ser utilizados e os procedimentos operacionais específicos para cada zona.
Normas internacionais orientam o mapeamento de cada categoria
O mapeamento das zonas classificadas deve ser realizado de acordo com normas reconhecidas internacionalmente. Entre essas normas estão a IEC 60079, de âmbito internacional, a NFPA 70 (NEC 500 e 505) dos Estados Unidos, e a ABNT NBR IEC 60079 no Brasil.
Essas normas estabelecem diretrizes para a avaliação de risco, delimitação de áreas, escolha de equipamentos e medidas de proteção. Portanto, a aplicação correta dessas normas é essencial não só para garantir a conformidade legal, mas, mais importante ainda, para preservar vidas e proteger ativos.
Importância da identificação correta dessas zonas industriais
A delimitação certa das áreas classificadas é um fator determinante para a prevenção de acidentes. Dessa maneira, um erro nessa etapa pode levar à escolha de equipamentos inadequados ou à adoção de procedimentos inseguros, elevando significativamente o risco de explosões.
Prevenção de acidentes depende de reconhecimento preciso dos riscos
Reconhecer os riscos com precisão significa entender todos os processos da planta, os materiais envolvidos e os pontos críticos onde há emissão ou acúmulo de gases e vapores inflamáveis. Essa análise precisa ser feita por profissionais qualificados, utilizando metodologias de engenharia, modelagens de dispersão e medições técnicas.
Com esse levantamento em mãos, é possível implementar ações eficazes de mitigação de risco, como o isolamento de equipamentos, o uso de sensores de gás e a instalação de dispositivos EX certificados.
Segurança operacional exige delimitação clara e monitoramento contínuo
A segurança de uma área classificada não termina na sua identificação. É necessário manter o monitoramento contínuo dessas zonas, com inspeções regulares, verificação de integridade dos equipamentos e atualização de mapas de risco conforme modificações na planta industrial.
Além disso, é fundamental treinar a equipe técnica para que todos compreendam a importância dessas áreas e saibam como agir em caso de emergência. O comprometimento com a segurança precisa ser constante, pois qualquer descuido pode ter consequências graves.
Tecnologias utilizadas para atuar com segurança nessas áreas
Atuar em áreas classificadas exige o uso de dispositivos específicos para atmosferas potencialmente explosivas, incapazes de gerar fontes de ignição. Nesse cenário, os equipamentos EX são desenvolvidos justamente para garantir essa proteção, permitindo a execução de tarefas com total segurança, mesmo em ambientes potencialmente explosivos.
Equipamentos EX certificados garantem proteção ao trabalhador
Os equipamentos com certificação EX são testados para não gerarem faíscas, aquecimento excessivo ou arcos elétricos. Isso inclui tablets, smartphones, sensores, câmeras, luminárias e ferramentas elétricas, todos fabricados com materiais e circuitos protegidos.
Esses dispositivos devem ser utilizados conforme a classificação da área (Zona 0, 1 ou 2) e sua certificação deve estar segundo as normas aplicáveis. Portanto, usar um equipamento EX não certificado em uma área classificada é uma falha grave que coloca em risco toda a operação.
Dispositivos resistentes evitam faíscas e superaquecimento inesperado
Além da certificação EX, muitos dispositivos utilizados em áreas classificadas contam com proteções adicionais para evitar faíscas e superaquecimento inesperado. Entre essas proteções estão a blindagem contra impactos, o isolamento térmico, sistemas de dissipação de calor e materiais antichamas.
Esses recursos impedem que o equipamento gere condições favoráveis à ignição, mesmo em caso de falhas ou uso intenso. Dessa maneira, o trabalhador pode executar suas atividades com confiança e segurança, reduzindo o risco de acidentes e mantendo a continuidade operacional.
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